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A FRANÇA TINHA NECESSIDADE DE BRAÇOS
Antes da 2ª Guerra Mundial, a principal actividade do país era uma actividade vital: alimentar-se e alimentar os outros.
Mesmo se a migração para as cidades tinha começado no início do séc. XX, a população era ainda maioritariamente camponesa em 1938. Como todos os países, a França servia-se desta população camponesa, para responder a todos os desafios da Nação. Mas desta vez não era questão de lançar uma ordem de mobilização, como tinha acontecido em todas as guerras. A carne dos camponeses tinha alimentado canhões bastantes. Não era questão de voltar a tocar o eterno ritornello do orgulho nacional e do amor à Pátria, para convencer os camponeses a deixar as suas terras e famílias.
Como levar milhões de camponeses tradicionais a abandonar as suas quintas ancestrais? Como convencê-los a migrar para as cidades industriais e mineiras? Como empurrá-los dos campos para as oficinas, da terra para as máquinas? Como fazer aceitar a ideia de se deixar alimentar por outros, a pessoas que sempre se alimentaram a si próprias? O recurso à imigração, só por si, não podia preencher o deficit de mão-de-obra. O governo da época tinha assim que encontrar resposta a estas questões.
Fazer mudar mentalidades a este ponto não era o menor dos desafios políticos do pós-guerra. Ultrapassar este desafio implicava vencer um outro: Produzir mais alimentos com menos mão-de-obra!
Diminuindo o número de camponeses, iria evoluir radicalmente a relação entre o número de pessoas produtoras de alimentos e aquelas que se deixam alimentar. Para fazer face a esta revolução da sociedade, deviam ser consideravelmente melhorados os rendimentos agrícolas. Para isso, a agricultura tinha que viver uma revolução. E esta revolução agrícola também tinha sido planificada pelo plano Marshall.
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