
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Hora do folhetim - 48
(...)
O CORREDOR DA MORTE
A torda-mergulheira
Publicação quadrienal sobre Ornitologia
Editada pela Liga de Ornitólogos Americanos
Lancaster (Pensilvânia)
Comunicações gerais. Híbridos naturais entre Dendroica coronata e D. Auduboni... Colibri-de-bico-grosso (Eugenes fulgens) no Colorado... Maçaricão-esquimó no Texas.
Em Março, perto de Galveston (Texas), foram avistados pelo autor e por vários outros observadores dois maçaricões-esquimós, os quais, segundo todos os indícios, estavam acasalados. Encontravam-se no meio de um grande bando de várias espécies de narcejas, entre pilritos-dos-prados e das-praias, abibes, galinholas, bem como garças e centenas de maçaricões-norte-americanos. Todas as aves procuravam alimento num terreno paralelo à costa, composto de zonas arenosas, charcos e extensões de relva. A proximidade directa entre maçaricões-esquimós e norte-americanos ofereceu uma bela oportunidade para comparações.
Eram evidentes o menor tamanho do corpo e o bico mais curto dos maçaricões-esquimós. À luz clara do sol da tarde, quando as aves se moviam, podiam reconhecer-se claramente o grande recorte escuro das asas e a falta da risca ao meio da cabeça. Durante uma hora revimos todos os sinais ornitológicos. Isso aconteceu com ajuda de binóculos, a partir duma viatura estacionada a menos de cem metros de distância... Como acontece muitas vezes junto da costa texana do golfo, durante a época de migração da primavera, uma trovoada na noite anterior, com forte precipitação e ventanias de sul, obrigou as aves a poisar aqui temporariamente. - Sargento Joseph M. Heiser Junior...
A MIGRAÇÃO DA PRIMAVERA (RESUMO)
A observação de um casal de maçaricões-esquimós na ilha de Galveston (Texas) foi sem dúvida o resultado mais notável. Este é o primeiro registo aceitável desta espécie, desde há vários anos. Ao longo dos últimos vinte anos, apenas aves isoladas foram ocasionalmente avistadas. Tem grande significado o facto de se tratar aqui, provavelmente, de aves acasaladas. Enquanto existir um casal, mantém-se a esperança de que talvez a espécie se não extinga...
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O CORREDOR DA MORTE
A torda-mergulheira
Publicação quadrienal sobre Ornitologia
Editada pela Liga de Ornitólogos Americanos
Lancaster (Pensilvânia)
Comunicações gerais. Híbridos naturais entre Dendroica coronata e D. Auduboni... Colibri-de-bico-grosso (Eugenes fulgens) no Colorado... Maçaricão-esquimó no Texas.
Em Março, perto de Galveston (Texas), foram avistados pelo autor e por vários outros observadores dois maçaricões-esquimós, os quais, segundo todos os indícios, estavam acasalados. Encontravam-se no meio de um grande bando de várias espécies de narcejas, entre pilritos-dos-prados e das-praias, abibes, galinholas, bem como garças e centenas de maçaricões-norte-americanos. Todas as aves procuravam alimento num terreno paralelo à costa, composto de zonas arenosas, charcos e extensões de relva. A proximidade directa entre maçaricões-esquimós e norte-americanos ofereceu uma bela oportunidade para comparações.
Eram evidentes o menor tamanho do corpo e o bico mais curto dos maçaricões-esquimós. À luz clara do sol da tarde, quando as aves se moviam, podiam reconhecer-se claramente o grande recorte escuro das asas e a falta da risca ao meio da cabeça. Durante uma hora revimos todos os sinais ornitológicos. Isso aconteceu com ajuda de binóculos, a partir duma viatura estacionada a menos de cem metros de distância... Como acontece muitas vezes junto da costa texana do golfo, durante a época de migração da primavera, uma trovoada na noite anterior, com forte precipitação e ventanias de sul, obrigou as aves a poisar aqui temporariamente. - Sargento Joseph M. Heiser Junior...
A MIGRAÇÃO DA PRIMAVERA (RESUMO)
A observação de um casal de maçaricões-esquimós na ilha de Galveston (Texas) foi sem dúvida o resultado mais notável. Este é o primeiro registo aceitável desta espécie, desde há vários anos. Ao longo dos últimos vinte anos, apenas aves isoladas foram ocasionalmente avistadas. Tem grande significado o facto de se tratar aqui, provavelmente, de aves acasaladas. Enquanto existir um casal, mantém-se a esperança de que talvez a espécie se não extinga...
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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Planeta-Mãe - 37
(...)
As Soluções Encaradas
Nos últimos anos, certos militantes ecologistas adoptaram uma atitude que permite alargar a tomada de consciência dos perigos ecológicos existentes. Esta aproximação consistiu em tornar a mensagem ecológica aceitável aos ouvidos da nossa sociedade, tendo em conta os modos de vida e o estado de espírito contemporâneos. Relativamente à tomada de consciência dos sintomas e do que está em causa, esta atitude foi um grande sucesso. Já quanto às soluções a pôr em prática, o resultado é mais fraco.
Se a realidade dos problemas foi reconhecida por um grande número, as suas causas profundas foram largamente ignoradas. É que elas decorrem dos nossos modos de vida e dos fundamentos da nossa sociedade de consumo. Por não sermos capazes de pôr em causa o nosso modo de ser, tentamos minimizar as consequências dos nossos actos. No entanto, não salvaremos o planeta assinando o pacto da mão verde, ou colando uma pastilha verde nas nossas viaturas. Não basta fazer a sua triagem, para resolver o problema das quantidades crescentes de lixos. Não basta instalar algumas centenas de turbinas eólicas para sair do nuclear, etc.
Do mesmo modo, as soluções habitualmente encaradas para remediar a crise alimentar mundial decorrem duma aproximação deste tipo. Ela tem em conta o funcionamento actual da nossa sociedade e as técnicas agrícolas dominantes. E também os poderosos lóbis industriais e os interesses económicos instalados. As soluções encaradas não põem em causa o modelo dominante, quando as causas fundamentais dos nossos problemas se encontram justamente na nossa visão produtivista, industrial e “mineral” da agricultura.
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As Soluções Encaradas
Nos últimos anos, certos militantes ecologistas adoptaram uma atitude que permite alargar a tomada de consciência dos perigos ecológicos existentes. Esta aproximação consistiu em tornar a mensagem ecológica aceitável aos ouvidos da nossa sociedade, tendo em conta os modos de vida e o estado de espírito contemporâneos. Relativamente à tomada de consciência dos sintomas e do que está em causa, esta atitude foi um grande sucesso. Já quanto às soluções a pôr em prática, o resultado é mais fraco.
Se a realidade dos problemas foi reconhecida por um grande número, as suas causas profundas foram largamente ignoradas. É que elas decorrem dos nossos modos de vida e dos fundamentos da nossa sociedade de consumo. Por não sermos capazes de pôr em causa o nosso modo de ser, tentamos minimizar as consequências dos nossos actos. No entanto, não salvaremos o planeta assinando o pacto da mão verde, ou colando uma pastilha verde nas nossas viaturas. Não basta fazer a sua triagem, para resolver o problema das quantidades crescentes de lixos. Não basta instalar algumas centenas de turbinas eólicas para sair do nuclear, etc.
Do mesmo modo, as soluções habitualmente encaradas para remediar a crise alimentar mundial decorrem duma aproximação deste tipo. Ela tem em conta o funcionamento actual da nossa sociedade e as técnicas agrícolas dominantes. E também os poderosos lóbis industriais e os interesses económicos instalados. As soluções encaradas não põem em causa o modelo dominante, quando as causas fundamentais dos nossos problemas se encontram justamente na nossa visão produtivista, industrial e “mineral” da agricultura.
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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Hora do folhetim - 47
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No princípio de Abril, a velha inquietação de novo se apoderou deles. Faziam pequenas deslocações nocturnas, e lentamente iam acompanhando a primavera. Voavam de vez em quando várias horas, antes da pausa da alvorada, por vezes ficavam vários dias no mesmo local. Esperavam até que a primavera avançasse, depois voavam um par de noites até a alcançarem, ultrapassavam-na e esperavam de novo por ela. O sinal de partida era-lhes dado pelas flores dos salgueiros, nas margens dos riachos. Quando estas abriam e inundavam de pólen as suaves brisas da noite, os maçaricões lançavam-se para o ar. Voavam até chegarem a um local onde os rebentos dos salgueiros ainda estivessem fechados, e onde a ervagem da pradaria fosse ainda de cor castanha. Enquanto esperavam, comiam abundantemente, ovos de gafanhotos que os seus bicos sensíveis detectavam no solo húmido. E, quando os rebentos dos salgueiros brotavam em flor, continuavam a avançar para norte.
Em cada semana era maior a urgência, pois a primavera alastrava cada vez mais depressa, pelas vastidões do norte.
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No princípio de Abril, a velha inquietação de novo se apoderou deles. Faziam pequenas deslocações nocturnas, e lentamente iam acompanhando a primavera. Voavam de vez em quando várias horas, antes da pausa da alvorada, por vezes ficavam vários dias no mesmo local. Esperavam até que a primavera avançasse, depois voavam um par de noites até a alcançarem, ultrapassavam-na e esperavam de novo por ela. O sinal de partida era-lhes dado pelas flores dos salgueiros, nas margens dos riachos. Quando estas abriam e inundavam de pólen as suaves brisas da noite, os maçaricões lançavam-se para o ar. Voavam até chegarem a um local onde os rebentos dos salgueiros ainda estivessem fechados, e onde a ervagem da pradaria fosse ainda de cor castanha. Enquanto esperavam, comiam abundantemente, ovos de gafanhotos que os seus bicos sensíveis detectavam no solo húmido. E, quando os rebentos dos salgueiros brotavam em flor, continuavam a avançar para norte.
Em cada semana era maior a urgência, pois a primavera alastrava cada vez mais depressa, pelas vastidões do norte.
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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
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