segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Planeta-Mãe - 37

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As Soluções Encaradas
Nos últimos anos, certos militantes ecologistas adoptaram uma atitude que permite alargar a tomada de consciência dos perigos ecológicos existentes. Esta aproximação consistiu em tornar a mensagem ecológica aceitável aos ouvidos da nossa sociedade, tendo em conta os modos de vida e o estado de espírito contemporâneos. Relativamente à tomada de consciência dos sintomas e do que está em causa, esta atitude foi um grande sucesso. Já quanto às soluções a pôr em prática, o resultado é mais fraco.
Se a realidade dos problemas foi reconhecida por um grande número, as suas causas profundas foram largamente ignoradas. É que elas decorrem dos nossos modos de vida e dos fundamentos da nossa sociedade de consumo. Por não sermos capazes de pôr em causa o nosso modo de ser, tentamos minimizar as consequências dos nossos actos. No entanto, não salvaremos o planeta assinando o pacto da mão verde, ou colando uma pastilha verde nas nossas viaturas. Não basta fazer a sua triagem, para resolver o problema das quantidades crescentes de lixos. Não basta instalar algumas centenas de turbinas eólicas para sair do nuclear, etc.
Do mesmo modo, as soluções habitualmente encaradas para remediar a crise alimentar mundial decorrem duma aproximação deste tipo. Ela tem em conta o funcionamento actual da nossa sociedade e as técnicas agrícolas dominantes. E também os poderosos lóbis industriais e os interesses económicos instalados. As soluções encaradas não põem em causa o modelo dominante, quando as causas fundamentais dos nossos problemas se encontram justamente na nossa visão produtivista, industrial e “mineral” da agricultura.
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