(...)
Tinham-se mantido silenciosos durante todo o dia, uma vez que o voo a tão grande altitude exigia todas as energias de que dispunham. Mas agora, ao conduzir a fêmea descendo a pique entre paredes de nuvens, o maçaricão gritava, excitado. O pequeno buraco alargou-se e o ar assobiava à sua volta. Voavam em glissagens laterais, para reduzir a velocidade de descida. A princípio o ar era tão rarefeito que não podiam travar com as asas. Quase não tinham controle sobre si, e despenhavam-se de encontro ao solo. Mas o ar tornou-se mais denso, forneceu resistência às asas, e começaram a descer mais lentamente. A pressão mudava tão abruptamente que causava dores nos ouvidos. Depois de passarem a camada de nuvens, nivelaram o voo e dirigiram-se para o Pacífico, que viam no horizonte, como uma leve linha azul.
Em dois ou três minutos tinham chegado com uma rapidez dramática a regiões muito diferentes do ermo gelado e claro de há pouco. Voavam ainda tão alto que só podiam distinguir contornos difusos. Muito embora, a terra era de novo sua. Lá em baixo havia solo e pedras e plantas, não já o nada aéreo das nuvens. Aqui o céu era opaco, não havia sol nem qualquer luz brilhava, mas a atmosfera era quente. E sentia-se o ar de novo. Ele tinha de novo substância, dava às asas força e impulso e enchia os pulmões, sem que, ao expirar, eles sofressem de dolorosa dispneia.
Apressadamente continuaram em frente, seguindo o terreno que caía a pique. Poisaram, já tarde avançada, numa estreita faixa de praia, no Pacífico. Durante alguns minutos beberam sofregamente água salgada. Depois comeram, até escurecer.
Ao crepúsculo clareou um pouco, e os grandes cones vulcânicos dos Andes desenhavam-se cruamente a leste, no céu cinzento, ganhando um ímpeto e uma força aterradores. Todos os anos o instinto do maçaricão o conduzia sobre esta poderosa barreira de calcário, de tempestades e de neve. E todos os anos ele lançava um olhar para trás, antes que a lembrança se lhe apagasse. Por mais lento de raciocínio que fosse o seu cérebro, ficava sempre espantado com a resistência das asas.
O CORREDOR DA MORTE
A comissão de protecção das aves receia que tenham de ser colocadas na lista dos animais ameaçados de extinção as seguintes espécies: o condor californiano ( em 1939 já não existiam sequer 50 exemplares), o bico-de-marfim (são conhecidas menos de 30 aves), o maçaricão-esquimó (efectivo desconhecido, caso ainda exista)...
Não temos disponível nenhuma outra informação sobre o maçaricão-esquimó. É perfeitamente possível que esta ave esteja extinta. Mas os relatos esporádicos de que dispomos, relativos aos últimos dez anos, deixam a esperança de que ele tenha sido casualmente avistado por alguns observadores. Apesar disso parece-nos aconselhável que a Liga Americana de Ornitólogos estabeleça ligação, seja na Argentina ou noutras repúblicas sul-americanas, com organizações ou pessoas individuais que estejam em condições de efectuar novas pesquisas. No caso de serem detectados maçaricões-esquimós que passam o inverno na Argentina, poderiam ser tomadas medidas que lhes garantam uma melhor protecção, seja através da direcção do Parque Nacional Argentino, seja de qualquer outro modo...
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quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Planeta-Mãe - 27
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A FRANÇA TINHA NECESSIDADE DE BRAÇOS
Antes da 2ª Guerra Mundial, a principal actividade do país era uma actividade vital: alimentar-se e alimentar os outros.
Mesmo se a migração para as cidades tinha começado no início do séc. XX, a população era ainda maioritariamente camponesa em 1938. Como todos os países, a França servia-se desta população camponesa, para responder a todos os desafios da Nação. Mas desta vez não era questão de lançar uma ordem de mobilização, como tinha acontecido em todas as guerras. A carne dos camponeses tinha alimentado canhões bastantes. Não era questão de voltar a tocar o eterno ritornello do orgulho nacional e do amor à Pátria, para convencer os camponeses a deixar as suas terras e famílias.
Como levar milhões de camponeses tradicionais a abandonar as suas quintas ancestrais? Como convencê-los a migrar para as cidades industriais e mineiras? Como empurrá-los dos campos para as oficinas, da terra para as máquinas? Como fazer aceitar a ideia de se deixar alimentar por outros, a pessoas que sempre se alimentaram a si próprias? O recurso à imigração, só por si, não podia preencher o deficit de mão-de-obra. O governo da época tinha assim que encontrar resposta a estas questões.
Fazer mudar mentalidades a este ponto não era o menor dos desafios políticos do pós-guerra. Ultrapassar este desafio implicava vencer um outro: Produzir mais alimentos com menos mão-de-obra!
Diminuindo o número de camponeses, iria evoluir radicalmente a relação entre o número de pessoas produtoras de alimentos e aquelas que se deixam alimentar. Para fazer face a esta revolução da sociedade, deviam ser consideravelmente melhorados os rendimentos agrícolas. Para isso, a agricultura tinha que viver uma revolução. E esta revolução agrícola também tinha sido planificada pelo plano Marshall.
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A FRANÇA TINHA NECESSIDADE DE BRAÇOS
Antes da 2ª Guerra Mundial, a principal actividade do país era uma actividade vital: alimentar-se e alimentar os outros.
Mesmo se a migração para as cidades tinha começado no início do séc. XX, a população era ainda maioritariamente camponesa em 1938. Como todos os países, a França servia-se desta população camponesa, para responder a todos os desafios da Nação. Mas desta vez não era questão de lançar uma ordem de mobilização, como tinha acontecido em todas as guerras. A carne dos camponeses tinha alimentado canhões bastantes. Não era questão de voltar a tocar o eterno ritornello do orgulho nacional e do amor à Pátria, para convencer os camponeses a deixar as suas terras e famílias.
Como levar milhões de camponeses tradicionais a abandonar as suas quintas ancestrais? Como convencê-los a migrar para as cidades industriais e mineiras? Como empurrá-los dos campos para as oficinas, da terra para as máquinas? Como fazer aceitar a ideia de se deixar alimentar por outros, a pessoas que sempre se alimentaram a si próprias? O recurso à imigração, só por si, não podia preencher o deficit de mão-de-obra. O governo da época tinha assim que encontrar resposta a estas questões.
Fazer mudar mentalidades a este ponto não era o menor dos desafios políticos do pós-guerra. Ultrapassar este desafio implicava vencer um outro: Produzir mais alimentos com menos mão-de-obra!
Diminuindo o número de camponeses, iria evoluir radicalmente a relação entre o número de pessoas produtoras de alimentos e aquelas que se deixam alimentar. Para fazer face a esta revolução da sociedade, deviam ser consideravelmente melhorados os rendimentos agrícolas. Para isso, a agricultura tinha que viver uma revolução. E esta revolução agrícola também tinha sido planificada pelo plano Marshall.
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sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Hora do folhetim - 37
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Os maçaricões voavam rente à camada de nuvens, ao encontro do pico. Avançavam lenta e penosamente. Voavam de bico aberto, ofegantes no ar rarefeito, e os corpos doíam-lhes.
Ao aproximarem-se do cume o vento refrescou de novo. Farrapos de neve turbilhonavam pela encosta. Evitaram-nos e poisaram, para descansar, numa aresta do penhasco, donde o vento varrera a neve. E de novo tinham que padecer. O ar seco e rarefeito tinha perturbado fortemente o equilíbrio dos seus líquidos. As gargantas ardiam-lhes de sede.
Menos de cem quilómetros adiante floriam exuberantes orquídeas e cactos do verão tardio sul-americano. Mas aqui, no tecto das duas Américas, seis mil metros acima do nível do mar, reinava um inverno sem fim. Mesmo por baixo deles encontrava-se um mundo incerto e medonho. Massas brancas misturavam-se umas nas outras, mal se distinguia onde terminavam os montes nevados e começavam as nuvens. Nenhuma criatura podia manter-se aqui por muito tempo. E apesar disso encontravam-se traços de vida, uma vez que grande parte da falésia era constituída por esqueletos fossilizados de animais marinhos, que tinham vivido há milhões de anos, quando os continentes ainda não existiam, e o cume da montanha era apenas lodo no fundo dos oceanos.
As dores abrandaram e os maçaricões continuaram a voar para oeste, sobre a neve que o vento tinha moldado, através da paisagem livre e vazia da luz clara do sol, sobre as nuvens. Longo tempo continuaram em frente, evitando o manto de nuvens, pelo menos quando não sabiam exactamente o que havia lá por baixo. Atrás deles desapareceu o pico, num véu de neve e neblina. Então abriu-se o tapete de nuvens. A camada contínua e plana deu lugar a fundas depressões de causar vertigens, e a elevadas colunas brancas. Vieram ainda poços maiores, e num deles caíam a pique as paredes sem fundo. Através dele avistaram um planalto arenoso, parecido com um deserto, com manchas verdes e castanhas - cactos e cascalho. Estava quatro ou cinco mil metros abaixo deles, pois a oeste caíam os Andes abruptamente para o Pacífico.
Os maçaricões voavam rente à camada de nuvens, ao encontro do pico. Avançavam lenta e penosamente. Voavam de bico aberto, ofegantes no ar rarefeito, e os corpos doíam-lhes.
Ao aproximarem-se do cume o vento refrescou de novo. Farrapos de neve turbilhonavam pela encosta. Evitaram-nos e poisaram, para descansar, numa aresta do penhasco, donde o vento varrera a neve. E de novo tinham que padecer. O ar seco e rarefeito tinha perturbado fortemente o equilíbrio dos seus líquidos. As gargantas ardiam-lhes de sede.
Menos de cem quilómetros adiante floriam exuberantes orquídeas e cactos do verão tardio sul-americano. Mas aqui, no tecto das duas Américas, seis mil metros acima do nível do mar, reinava um inverno sem fim. Mesmo por baixo deles encontrava-se um mundo incerto e medonho. Massas brancas misturavam-se umas nas outras, mal se distinguia onde terminavam os montes nevados e começavam as nuvens. Nenhuma criatura podia manter-se aqui por muito tempo. E apesar disso encontravam-se traços de vida, uma vez que grande parte da falésia era constituída por esqueletos fossilizados de animais marinhos, que tinham vivido há milhões de anos, quando os continentes ainda não existiam, e o cume da montanha era apenas lodo no fundo dos oceanos.
As dores abrandaram e os maçaricões continuaram a voar para oeste, sobre a neve que o vento tinha moldado, através da paisagem livre e vazia da luz clara do sol, sobre as nuvens. Longo tempo continuaram em frente, evitando o manto de nuvens, pelo menos quando não sabiam exactamente o que havia lá por baixo. Atrás deles desapareceu o pico, num véu de neve e neblina. Então abriu-se o tapete de nuvens. A camada contínua e plana deu lugar a fundas depressões de causar vertigens, e a elevadas colunas brancas. Vieram ainda poços maiores, e num deles caíam a pique as paredes sem fundo. Através dele avistaram um planalto arenoso, parecido com um deserto, com manchas verdes e castanhas - cactos e cascalho. Estava quatro ou cinco mil metros abaixo deles, pois a oeste caíam os Andes abruptamente para o Pacífico.
domingo, 19 de setembro de 2010
Planeta-Mãe - 26
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E ÊXODO RURAL
Reunidos em Londres em 1948, os cinco dirigentes dos países “vencedores” da guerra decidiram sobre a nova imagem que o mundo tomar. Era preciso reconstruir a Europa. Inspirada pelos Estados Unidos, a escolha foi instaurar um novo modelo de sociedade industrial.
A construção desta nova sociedade exigia muito dinheiro. E foi financiada pelos americanos, através do expediente do plano Marshall.
O estabelecimento e funcionamento deste modelo industrial exigia também energia barata: foi o petróleo.
Neste momento da História, a disponibilidade e o preço do petróleo não constituíam preocupação. Os países colonizados ainda se não tinham emancipado. Nós próprios fixávamos o preço da energia, que extraíamos em terra estrangeira. A nossa hegemonia mundial permitia deitar a mão ao essencial dos recursos naturais necessários ao nosso desenvolvimento industrial.
Mas esse desenvolvimento dependia também dum outro recurso: a mão-de-obra. Depois dos 50 milhões de mortos da 2ª Guerra Mundial, dos 2,5 milhões da 1ª, dos 50 a 100 milhões de mortos da pandemia de gripe aviaria de 1918, depois dos anos de fraca natalidade ligada aos conflitos e à grande recessão dos anos 30, eram escassas as forças vivas nos países ocidentais.
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Reunidos em Londres em 1948, os cinco dirigentes dos países “vencedores” da guerra decidiram sobre a nova imagem que o mundo tomar. Era preciso reconstruir a Europa. Inspirada pelos Estados Unidos, a escolha foi instaurar um novo modelo de sociedade industrial.
A construção desta nova sociedade exigia muito dinheiro. E foi financiada pelos americanos, através do expediente do plano Marshall.
O estabelecimento e funcionamento deste modelo industrial exigia também energia barata: foi o petróleo.
Neste momento da História, a disponibilidade e o preço do petróleo não constituíam preocupação. Os países colonizados ainda se não tinham emancipado. Nós próprios fixávamos o preço da energia, que extraíamos em terra estrangeira. A nossa hegemonia mundial permitia deitar a mão ao essencial dos recursos naturais necessários ao nosso desenvolvimento industrial.
Mas esse desenvolvimento dependia também dum outro recurso: a mão-de-obra. Depois dos 50 milhões de mortos da 2ª Guerra Mundial, dos 2,5 milhões da 1ª, dos 50 a 100 milhões de mortos da pandemia de gripe aviaria de 1918, depois dos anos de fraca natalidade ligada aos conflitos e à grande recessão dos anos 30, eram escassas as forças vivas nos países ocidentais.
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sábado, 11 de setembro de 2010
Pré-história
O aparecimento da horta abriu as portas a outra civilização.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Hora do folhetim - 36
(...)
Pela manhã o vento amainou. O macho sabia que tinham de continuar a voar, não podiam ficar ali mais tempo. Quando as nuvens carregadas de neve se dissolveram e o sol atravessou a névoa com uma luz amarelada, levantaram voo e avançaram para o manto que ocultava os cumes. Um minuto depois encontravam-se num mundo fantástico de neblina branca, cuja humidade lhes pesava nas penas. Subiam penosamente, em círculos. Tinham de ganhar altitude, mas o ar era agora tão rarefeito que pareciam mover-se no vazio. Mesmo com os pulmões cheios, respiravam com dificuldade.
A camada de nuvens era muito instável e cheia de turbulências. Ocasionalmente encontravam camadas de ar mais denso, que as asas cortavam melhor, e ganhavam altitude rapidamente. Mas logo o ar se rarefazia, e, por momentos, mal se podiam manter. Uma vez clareou por cima deles, e o maçaricão sabia que estavam perto de atingir o céu claro. Mas, antes de conseguirem furar as nuvens, uma rajada descendente arrastou-os consigo. Caíram desamparados, e perderam em poucos segundos a altitude que lhes tinha levado muitos minutos a ganhar.
Finalmente deixaram para trás as agitadas camadas de nuvens e voaram através dum céu claro e tranquilo. Era um estranho mundo encantado, de um frio penetrante e uma luz que cegava, e que parecia desligado de tudo o que havia na terra. A camada de nuvens estendia-se por todo o horizonte, uma planície branca, ondulada e vastíssima. Quase parecia sólida bastante para poisarem. O sol reflectia nela o seu brilho intenso. Mil e quinhentos metros adiante deles uma montanha nevada rompia as nuvens. O seu cume era um penhasco nu e inteiriçado. Ao longe havia outros cumes, como ilhas, num mar de brancura.
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Pela manhã o vento amainou. O macho sabia que tinham de continuar a voar, não podiam ficar ali mais tempo. Quando as nuvens carregadas de neve se dissolveram e o sol atravessou a névoa com uma luz amarelada, levantaram voo e avançaram para o manto que ocultava os cumes. Um minuto depois encontravam-se num mundo fantástico de neblina branca, cuja humidade lhes pesava nas penas. Subiam penosamente, em círculos. Tinham de ganhar altitude, mas o ar era agora tão rarefeito que pareciam mover-se no vazio. Mesmo com os pulmões cheios, respiravam com dificuldade.
A camada de nuvens era muito instável e cheia de turbulências. Ocasionalmente encontravam camadas de ar mais denso, que as asas cortavam melhor, e ganhavam altitude rapidamente. Mas logo o ar se rarefazia, e, por momentos, mal se podiam manter. Uma vez clareou por cima deles, e o maçaricão sabia que estavam perto de atingir o céu claro. Mas, antes de conseguirem furar as nuvens, uma rajada descendente arrastou-os consigo. Caíram desamparados, e perderam em poucos segundos a altitude que lhes tinha levado muitos minutos a ganhar.
Finalmente deixaram para trás as agitadas camadas de nuvens e voaram através dum céu claro e tranquilo. Era um estranho mundo encantado, de um frio penetrante e uma luz que cegava, e que parecia desligado de tudo o que havia na terra. A camada de nuvens estendia-se por todo o horizonte, uma planície branca, ondulada e vastíssima. Quase parecia sólida bastante para poisarem. O sol reflectia nela o seu brilho intenso. Mil e quinhentos metros adiante deles uma montanha nevada rompia as nuvens. O seu cume era um penhasco nu e inteiriçado. Ao longe havia outros cumes, como ilhas, num mar de brancura.
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Planeta-Mãe - 25
COMO É QUE CHEGÁMOS AQUI?
UM MUNDO MODERNO
O caminho que nos conduziu à situação actual começou a percorrer-se há vários milhares de anos. Em certas regiões do mundo, os homens deixaram de ser caçadores-recolectores. Tendo aprendido a cultivar, tornaram-se sedentários. Estas mudanças do modo de vida alteraram muitas coisas, mormente a nossa maneira de pensar e a nossa relação com a Natureza.
A partir do séc. XIV, o nosso modelo de sociedade expandiu-se progressivamente pelo planeta, graças aos progressos da navegação. Tribos de África e América do Sul, ameríndios, aborígenes da Austrália… o modo de vida ancestral de numerosas populações acabou por desaparecer. E é verdade que os conquistadores ocidentais tinham argumentos convincentes: as armas de fogo.
Mas uma nova mudança de sociedade se impôs no Ocidente, no séc. XX, sempre em ligação com a agricultura e a maneira de se alimentar. Tudo acelerou há somente 50 anos. Desta vez bastaram alguns decénios para mundializar uma nova maneira de viver, de pensar, e de perceber a Natureza.
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UM MUNDO MODERNO
O caminho que nos conduziu à situação actual começou a percorrer-se há vários milhares de anos. Em certas regiões do mundo, os homens deixaram de ser caçadores-recolectores. Tendo aprendido a cultivar, tornaram-se sedentários. Estas mudanças do modo de vida alteraram muitas coisas, mormente a nossa maneira de pensar e a nossa relação com a Natureza.
A partir do séc. XIV, o nosso modelo de sociedade expandiu-se progressivamente pelo planeta, graças aos progressos da navegação. Tribos de África e América do Sul, ameríndios, aborígenes da Austrália… o modo de vida ancestral de numerosas populações acabou por desaparecer. E é verdade que os conquistadores ocidentais tinham argumentos convincentes: as armas de fogo.
Mas uma nova mudança de sociedade se impôs no Ocidente, no séc. XX, sempre em ligação com a agricultura e a maneira de se alimentar. Tudo acelerou há somente 50 anos. Desta vez bastaram alguns decénios para mundializar uma nova maneira de viver, de pensar, e de perceber a Natureza.
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