sexta-feira, 16 de abril de 2010

Planeta-Mãe - 12

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A CRISE FINANCEIRA
Os agricultores são a classe profissional mais endividada: o investimento de um jovem agricultor que hoje começa a sua actividade é em média de 2 milhões de Euros. Um agravamento das condições de crédito reduziria não somente o número de novas instalações, mas também os investimentos das explorações em actividade.
A agricultura intensiva está também fortemente dependente da finança, devido às necessidades de tesouraria. Os agricultores compram à partida produtos indispensáveis, como sementes patenteadas, adubos químicos, pesticidas, etc. Mas as colheitas só lhes são pagas vários meses depois das colheitas. No início de 2009, algumas multinacionais da agro-química começaram a reduzir fornecimentos a países da Europa de Leste. Estando eles numa situação financeira delicada, e sabendo que os agricultores apoiam os seus compromissos em subsídios, estas empresas temem as facturas por pagar.
Mas a agricultura intensiva depende também fortemente dos estados. Certas culturas trazem ao produtor mais subsídios do que as receitas das colheitas. Metade do orçamento da Europa serve para financiar a PAC, cujo orçamento 2007-2012 é de 850 biliões de Euros. Este montante pode parecer ordinário, nos tempos que correm: descobrimos uma surpreendente capacidade dos estados em levantar biliões a toda a força, mesmo quando se acham próximos da falência. Estarão os estados em condições de manter eternamente os seus compromissos? Que fariam os agricultores, se toda ou parte dos subsídios previstos deixassem de ser entregues? Com poderiam prosseguir a sua actividade?

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