domingo, 11 de abril de 2010

Transição - Colóquio em Pombal

No passado dia 10 de Abril teve lugar em Pombal um colóquio sobre a Transição para uma Economia e Cultura pós-Carbono.
Tratava-se de observar o estado da arte, analisando os múltiplos aspectos e impasses que caracterizam a periclitante situação em que se encontram as colectividades humanas e o equilíbrio do planeta. Solicitada a dar colaboração e patrocínio ao evento, a Associação Rio Vivo não se poupou a esforços e marcou presença muito significativa.
Depois da abertura introdutória, a cargo do anfitrião João Leitão e do presidente da Rio Vivo, teve lugar a primeira intervenção, a cargo de Vítor Rodrigues, psicólogo social. “Quem somos – Valores e Crenças” era o mote. O palestrante fez a caracterização das sociedades humanas face à necessidade de mudança: atitudes e comportamentos, crenças e valores; o ter e o ser; a obsolescência planeada que exacerba o consumo; a manipulação da informação, a alienação e a falta de consciência social.
A segunda palestra – dedicada aos limites do crescimento, situação energética e alterações climáticas – esteve a cargo de Luís Queirós (crise global e oportunidade de transição); de Tomás Marques (crise múltipla e impasses duma sociedade complexa); de Luís de Sousa, que fez o ponto da situação relativamente à energia e ao pico do petróleo; e de Luísa Schmidt, que abordou o modo como os media transmitem a “crise”, e como os cidadãos se relacionam com o problema; o efeito final é a escassa consciência, o alheamento e a resistência à mudança de comportamentos e rotinas.
A terceira intervenção, a cargo de David Avelar e Sérgio e Carmen Maraschin, ocupou-se da Permacultura e da experiência inglesa de Totnes.
Por fim foi apresentada uma longa série de práticas em curso, relativas à Transição em Portugal. Paula Queirós expôs, de forma discreta e eficaz, a experiência da Rio Vivo, com os seus ensaios, planos e realizações.
Foi um colóquio útil e profícuo. Mesmo naqueles casos em que se respirou algum afastamento da realidade, algum utopismo individualista, algum proselitismo iluminado, algum aroma a falhanço prometido. É que as experiências menos boas também ensinam, e só andando se faz o caminho.

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